MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES
Em uma matriz, os elementos estão dispostos em linhas e colunas.
Para representar matrizes, utilizamos a disposição de uma tabela. Chamamos de matriz toda a tabela m x n ( lê-se “m por n”) em que números estão dispostos em linhas (m) e colunas (n). Cada elemento da matriz é indicado por aii (i indica a posição do elemento referente à linha, e j, a posição em relação à coluna). Acompanhe a seguir a representação de uma matriz m x n.
Nessa matriz, temos que:
aij → linha (i) e coluna (j)
a1,1 → linha 1 e coluna 1
a1,2 → linha 1 e coluna 2
a1,3 → linha 1 e coluna 3
a1,n → linha 1 e coluna n
a1,2 → linha 1 e coluna 2
a1,3 → linha 1 e coluna 3
a1,n → linha 1 e coluna n
a2,1 → linha 2 e coluna 1
a2,2 → linha 2 e coluna 2
a2,3 → linha 2 e coluna 3
a2,n → linha 2 e coluna n
a2,2 → linha 2 e coluna 2
a2,3 → linha 2 e coluna 3
a2,n → linha 2 e coluna n
am,1 → linha m e coluna 1
am,2 → linha m e coluna 2
am,3 → linha m e coluna 3
am,n → linha m e coluna n
am,2 → linha m e coluna 2
am,3 → linha m e coluna 3
am,n → linha m e coluna n
Diagonais da Matriz
Toda matriz possui diagonal principal e diagonal secundária. A diagonal principal é formada pelos elementos em que i = j. A diagonal secundária é composta por elementos em que a soma de i com j sempre resulta em uma mesma solução. Veja como identificamos as diagonais de uma matriz:
Diagonal Principal
a1,1 → linha 1 e coluna 1
a2,2 → linha 2 e coluna 2
a3,3 → linha 3 e coluna 3
a2,2 → linha 2 e coluna 2
a3,3 → linha 3 e coluna 3
Diagonal Secundária
a1,3 → linha 1 + coluna 3 = 4
a2,2 → linha 2 + coluna 2 = 4
a3,1 → linha 3 + coluna 1 = 4
a2,2 → linha 2 + coluna 2 = 4
a3,1 → linha 3 + coluna 1 = 4
Matrizes Especiais
Existem algumas matrizes que são consideradas especiais pela forma como são organizadas. Entre essas matrizes, podemos destacar:
- Matriz quadrada: é toda a matriz em que o número de linhas é igual ao número de colunas. Exemplos:
Observe que a matriz acima apresenta três linhas e três colunas. Como o número de linhas é igual ao de colunas, a matriz é quadrada.
- Matriz identidade: todos os elementos da diagonal principal são iguais a 1, e os demais números são iguais a zero.
- Matriz nula: é toda matriz em que seus elementos são iguais a zero.
- Matriz linha: é formada por uma única linha.
- Matriz coluna: é formada por uma única coluna.
Operações com matrizes
As operações com matrizes são: adição, subtração e multiplicação.
- Adição: Sejam A e B duas matrizes em que a sua soma resulta em uma matriz C.A + B = C
Cada um dos elementos da matriz C é o resultado da soma de um elemento de A com um elemento de B. Para efetuarmos a adição entre duas matrizes, elas devem possuir o mesmo número de linhas e colunas. Acompanhe o exemplo abaixo:
A + B = C
A 2 x 3 + B2 x 3 = C2 x 3
A 2 x 3 + B2 x 3 = C2 x 3
Observe que as matrizes A e B possuem a mesma quantidade de linhas (m = 2) e a mesma quantidade de colunas (n = 3). A matriz C é resultante da soma de A + B e também deve possuir duas linhas e três colunas.
- Subtração: A partir de duas matrizes A e B, definimos a sua diferença como C:A – B =C
A + (- B) = C
A matriz diferença pode ser definida como sendo a soma de A com o oposto de B, ou seja, - B. Para realizarmos a subtração entre duas matrizes, elas devem possuir o mesmo número de linhas e colunas. Acompanhe o exemplo abaixo e verifique como é feita a subtração entre duas matrizes:
- Multiplicação: Dadas as matrizes Am x n e Bn x p, para que seja possível realizar o seu produto, o número de colunas da matriz A deve ser igual ao número de linhas da matriz B. Esse processo resulta em uma matriz Cm x p. Observe o exemplo abaixo e veja como isso é feito:
Descrição dos elementos da matriz:
a1,1 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.
a1,2 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.
a1,3 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.
a2,1 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.
a2,2 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.
a2,3 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.
Determinante
Calculamos o determinante de matrizes quadradas, isto é, aquelas em que o número de linhas é igual ao número de colunas. Observe:
Definimos como determinante da matriz A (det A) o número que é obtido pela operação dos elementos que compõem A.
- Caso A possua uma linha e uma coluna (A1 X 1), então o determinante será representado pelo único elemento que compõe A. Exemplo:A = (10)
det A = 10 - Se A possuir duas linhas e colunas (A2 x 2), então o determinante (det A2 x 2) será dado pela diferença entre os produtos da diagonal principal da matriz A pelo produto dos elementos que compõem a sua diagonal secundária. Veja abaixo como é feito o cálculo do determinante de uma matriz 2 por 2 (A 2 X 2).
Para toda matriz quadrada 2 por 2, o cálculo do determinante é realizado da forma como está demonstrado acima. Caso a matriz quadrada seja do tipo M 3 X 3, M 4 X 4, M 5 X 5 e assim por diante, calculamos o seu determinante executando os passos descritos abaixo:
- Faça o espelhamento da primeira e da segunda coluna da matriz, ou seja, repita a primeira e a segunda coluna;
- Realize os produtos de cada diagonal principal e secundária separadamente;
- Efetue a soma entre os termos obtidos dos produtos de cada diagonal;
- Realize a diferença entre os resultados obtidos referente à soma dos termos das diagonais principais e das secundárias. No fim desses cálculos, teremos o determinante da matriz.
det M3 X 3 = a 1,1 . a 2,2 . a 3,3 + a 1,2 + a 1,2 . a 2,3 . a 3,1 + a 1,3 . a 2,1 . a 3,2 - ( a 1,3 . a 2,2 . a 3,1 + a 1,1 . a 2,3 . a 3,2 + a 1,2 . a 2,1 . a 3,3).
ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE
A análise combinatória ou combinatória são cálculos que permitem a formação de grupos relacionados à contagem.
Faz análise das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto de elementos. Por isso, é muito utilizada nos estudos sobre probabilidade e lógica.
Probabilidade
A Probabilidade é um conceito da matemática que permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São exemplos um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.
A partir disso, a probabilidade determina o resultado entre o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, apresentada pela seguinte expressão:
Donde
P: probabilidade
na: número de casos (eventos) favoráveis
n: número de casos (eventos) possíveis
na: número de casos (eventos) favoráveis
n: número de casos (eventos) possíveis
Princípio Fundamental da Contagem
O princípio fundamental da contagem postula que:
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.
Como exemplo, podemos pensar na combinação de roupas de uma garota, sendo que ela possui 3 tipos de calças, 4 tipos de blusas, 2 tipos de sapatos e 3 tipos de bolsas.
Logo, para saber quais as diferentes possibilidades que a garota possui basta multiplicar o número de peças: 3 x 4 x 2 x 3 = 72.
Portanto, a garota possui 72 possibilidades de configurações diferentes para o uso das peças de roupas e dos acessórios apresentados.
Tipos de Combinatória
A combinatória utiliza de importantes ferramentas, ou seja, há três tipos básicos de agrupamento dos elementos: arranjos, combinações e permutações. Todas utilizam o fatorial:
Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
Como exemplo de arranjo, podemos pensar nas eleições, de modo que 20 deputados concorrem a 2 vagas no estado de São Paulo.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado final.
Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.
Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar a comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.
Para tanto, Maria, João e José são os escolhidos. De quantas maneiras distintas esse grupo pode se combinar?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que a combinação Maria, João e José é equivalente à João, José e Maria.
Logo, há 120 maneiras distintas de combinar os 3 membros da comissão.
Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, donde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis, expresso pela fórmula:
Para exemplificar, pensemos de quantas maneiras diferentes poderiam surgir a sequência de resultados dos 5 números que saíram na loteria: 11, 12, 44, 52, 61.
Sendo assim, os números que compõem o resultado final é uma sequência de 6 números, logo:
Logo, o resultado final da loteria, podem ser permutados 720 vezes.
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
Introdução às equações algébricas
Equações algébricas são equações nas quais a incógnita x está sujeita a operações algébricas como: adição, subtração, multiplicação, divisão e radiciação.
Exemplos:
- a x + b = 0
- a x² + bx + c = 0
- a x4 + b x² + c = 0
Uma equação algébrica está em sua forma canônica, quando ela pode ser escrita como:
ao xn + a1 xn-1 + ... + an-1 x1 + an = 0
onde n é um número inteiro positivo (número natural). O maior expoente da incógnita em uma equação algébrica é denominado o grau da equação e o coeficiente do termo de mais alto grau é denominado coeficiente do termo dominante.
Exemplo: A equação 4x²+3x+2=0 tem o grau 2 e o coeficiente do termo dominante é 4. Neste caso, dizemos que esta é uma equação do segundo grau.
A fórmula quadrática de Sridhara (Bhaskara)
Mostraremos na sequência como o matemático Sridhara, obteve a Fórmula (conhecida como sendo) de Bhaskara, que é a fórmula geral para a resolução de equações do segundo grau. Um fato curioso é que a Fórmula de Bhaskara não foi descoberta por ele mas pelo matemático hindu Sridhara, pelo menos um século antes da publicação de Bhaskara, fato reconhecido pelo próprio Bhaskara, embora o material construído pelo pioneiro não tenha chegado até nós.
O fundamento usado para obter esta fórmula foi buscar uma forma de reduzir a equação do segundo grau a uma do primeiro grau, através da extração de raízes quadradas de ambos os membros da mesma.
Seja a equação:
a x² + b x + c = 0
com a não nulo e dividindo todos os coeficientes por a, temos:
x² + (b/a) x + c/a = 0
Passando o termo constante para o segundo membro, teremos:
x² + (b/a) x = -c/a
Prosseguindo, faremos com que o lado esquerdo da equação seja um quadrado perfeito e para isto somaremos o quadrado de b/2a a ambos os membros da equação para obter:
x² + (b/a) x + (b/2a)² = -c/a + (b/2a)²
Simplificando ambos os lados da equação, obteremos:
[x+(b/2a)]2 = (b² - 4ac) / 4a²
Notação: Usaremos a notação R[x] para representar a raiz quadrada de x>0. R[5] representará a raiz quadrada de 5. Esta notação está sendo introduzida aqui para fazer com que a página seja carregada mais rapidamente, pois a linguagem HTML ainda não permite apresentar notações matemáticas na Internet de uma forma fácil.
Extraindo a raiz quadrada de cada membro da equação e lembrando que a raiz quadrada de todo número real não negativo é também não negativa, obteremos duas respostas para a nossa equação:
x + (b/2a) = + R[(b²-4ac) / 4a²]
ou
x + (b/2a) = - R[(b²-4ac) / 4a²]
que alguns, por preguiça ou descuido, escrevem:
contendo um sinal ± que é lido como mais ou menos. Lembramos que este sinal ± não tem qualquer significado em Matemática.
Como estamos procurando duas raízes para a equação do segundo grau, deveremos sempre escrever:
x' = -b/2a + R[b²-4ac] /2a
ou
x" = -b/2a - R[b²-4ac] /2a
A fórmula de Bhaskara ainda pode ser escrita como:
onde D (às vezes usamos a letra maiúscula "delta" do alfabeto grego) é o discriminante da equação do segundo grau, definido por:
D = b² - 4ac
Equação do segundo grau
Uma equação do segundo grau na incógnita x é da forma:
a x² + b x + c = 0
onde os números reais a, b e c são os coeficientes da equação, sendo que a deve ser diferente de zero. Essa equação é também chamada de equação quadrática, pois o termo de maior grau está elevado ao quadrado.
Equação Completa do segundo grau
Uma equação do segundo grau é completa, se todos os coeficientes a, b e c são diferentes de zero.
Exemplos:
- 2 x² + 7x + 5 = 0
- 3 x² + x + 2 = 0
Equação incompleta do segundo grau
Uma equação do segundo grau é incompleta se b=0 ou c=0 ou b=c=0. Na equação incompleta o coeficiente a é diferente de zero.
Exemplos:
- 4 x² + 6x = 0
- 3 x² + 9 = 0
- 2 x² = 0
Resolução de equações incompletas do 2o. grau
Equações do tipo ax²=0: Basta dividir toda a equação por a para obter:
x² = 0
significando que a equação possui duas raízes iguais a zero.
Equações do tipo ax²+c=0: Novamente dividimos toda a equação por a e passamos o termo constante para o segundo membro para obter:
x² = -c/a
Se -c/a for negativo, não existe solução no conjunto dos números reais.
Se -c/a for positivo, a equação terá duas raízes com o mesmo valor absoluto (módulo) mas de sinais contrários.
Equações do tipo ax²+bx=0: Neste caso, fatoramos a equação para obter:
x (ax + b) = 0
e a equação terá duas raízes:
x' = 0 ou x" = -b/a
Exemplos gerais
- 4x²=0 tem duas raízes nulas.
- 4x²-8=0 tem duas raízes: x'=R[2], x"= -R[2]
- 4x²+5=0 não tem raízes reais.
- 4x²-12x=0 tem duas raízes reais: x'=3, x"=0
Exercícios: Resolver as equações incompletas do segundo grau.
- x² + 6x = 0
- 2 x² = 0
- 3 x² + 7 = 0
- 2 x² + 5 = 0
- 10 x² = 0
- 9 x² - 18 = 0
Resolução de equações completas do 2o. grau
Como vimos, uma equação do tipo: ax²+bx+c=0, é uma equação completa do segundo grau e para resolvê-la basta usar a fórmula quadrática (atribuída a Bhaskara), que pode ser escrita na forma:
onde D=b²-4ac é o discriminante da equação.
Para esse discriminante D há três possíveis situações:
- Se D<0, não há solução real, pois não existe raiz quadrada real de número negativo.
- Se D=0, há duas soluções iguais:x' = x" = -b / 2a
- Se D>0, há duas soluções reais e diferentes:x' = (-b + R[D])/2a
x" = (-b - R[D])/2a
Exemplos: Preencher a tabela com os coeficientes e o discriminante de cada equação do segundo grau, analisando os tipos de raízes da equação.
Equação | a | b | c | Delta | Tipos de raízes |
---|---|---|---|---|---|
x²-6x+8=0 | 1 | -6 | 8 | 4 | reais e diferentes |
x²-10x+25=0 | |||||
x²+2x+7=0 | |||||
x²+2x+1=0 | |||||
x²+2x=0 |
O uso da fórmula de Bhaskara
Você pode realizar o Cálculo das Raízes da Equação do segundo grau com a entrada dos coeficientes a, b e c em um formulário, mesmo no caso em que D é negativo, o que força a existência de raízes complexas conjugadas. Para estudar estas raízes, visite o nosso link Números Complexos.
Mostraremos agora como usar a fórmula de Bhaskara para resolver a equação:
x² - 5 x + 6 = 0
- Identificar os coeficientes: a=1, b= -5, c=6
- Escrever o discriminante D = b²-4ac.
- Calcular D=(-5)²-4×1×6=25-24=1
- Escrever a fórmula de Bhaskara:
- Substituir os valores dos coeficientes a, b e c na fórmula:x' = (1/2)(5+R[1]) = (5+1)/2 = 3
x" = (1/2)(5-R[1]) = (5-1)/2 = 2
Exercícios
- Calcular o discriminante de cada equação e analisar as raízes em cada caso:
- x² + 9 x + 8 = 0
- 9 x² - 24 x + 16 = 0
- x² - 2 x + 4 = 0
- 3 x² - 15 x + 12 = 0
- 10 x² + 72 x - 64 = 0
- Resolver as equações:
- x² + 6 x + 9 = 0
- 3 x² - x + 3 = 0
- 2 x² - 2 x - 12 = 0
- 3 x² - 10 x + 3 = 0
Equações fracionárias do segundo grau
São equações do segundo grau com a incógnita aparecendo no denominador.
Exemplos:
- 3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0
- 3/(x²-4)+1/(x-2)=0
Para resolver este tipo de equação, primeiramente devemos eliminar os valores de x que anulam os denominadores, uma vez que tais valores não servirão para as raízes da equação, pois não existe fração com denominador igual a 0. Na sequência extraímos o mínimo múltiplo comum de todos os termos dos denominadores das frações, se houver necessidade.
- Consideremos o primeiro exemplo:3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0x deve ser diferente de 3, diferente de 2 e diferente de -2, assim podemos obter o mínimo múltiplo comum entre os termos como:MMC(x) = (x² - 4)(x - 3)Reduzindo as frações ao mesmo denominador que deverá ser MMC(x), teremos:[3(x-3) + 1(x²-4)] / (x²-4)(x-3) = 0o que significa que o numerador deverá ser:3(x - 3) + 1(x² - 4) = 0que desenvolvido nos dá:x2 + 3x - 13 = 0que é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida pela fórmula de Bhaskara. Não existirão números reais satisfazendo esta equação.
- Consideremos agora o segundo exemplo:(x+3)/(2x-1)=2x/(x+4)O mínimo múltiplo comum entre 2x-1 e x+4 é MMC=(2x-1)(x-4) (o produto entre estes fatores) e MMC somente se anulará se x=1/2 ou x= -4. Multiplicando os termos da equação pelo MMC, teremos uma sequência de expressões como:
(x+3)(x+4)=2x(2x-1)x² + 7x + 12 = 4x² - 2x-3x² + 9x + 12 = 03x² - 9x - 12 = 0x² - 3x - 4 = 0(x-4)(x+1) = 0
Solução: x'=4 ou x"= -1 - Estudemos outro exemplo:3/(x²-4)+1/(x-2)=0O mínimo múltiplo comum é MMC=x²-4=(x-2)(x+2) e este MMC somente se anulará se x=2 ou x= -2. Multiplicando os termos da equação pelo MMC, obteremos:3 + (x+2)=0cuja solução é x= -5
Exercícios: Resolver as equações do segundo grau fracionárias:
- x + 6/x = -7
- (x+2)/(x+1) = 2x/(x-4)
- (2-x)/x + 1/x² = 3/x
- (x+2)/(x-2) + (x-2)/(x+2) = 1
Equações bi-quadradas
São equações do 4o. grau na incógnita x, da forma geral:
a x4 + b x² + c = 0
Na verdade, esta é uma equação que pode ser escrita como uma equação do segundo grau através da substituição:
y = x²
para gerar
a y² + b y + c = 0
Aplicamos a fórmula quadrática para resolver esta última equação e obter as soluções y' e y" e o procedimento final deve ser mais cuidadoso, uma vez que
x² = y' ou x² = y"
e se y' ou y" for negativo, as soluções não existirão para x.
Exemplos:
- Para resolver x4-13x²+36=0, tomamos y=x², para obter y²-13y+36=0, cujas raízes são y'=4 ou y"=9, assim:x² = 4 ou x² = 9o que garante que o conjunto solução é:S = { 2, -2, 3, -3}
- Para resolver x4-5x²-36=0, tomamos y=x², para obter y²-5y-36=0, cujas raízes são y'= -4 ou y"=9 e desse modo:x² = -4 ou x² = 9o que garante que o conjunto solução é:S = {3, -3}
- Se tomarmos y=x² na equação x4+13x²+36=0, obteremos y²+13y+36=0, cujas raízes são y'= -4 ou y"= -9 e dessa forma:x² = -4 ou x² = -9o que garante que o conjunto solução é vazio.
1 - Anote o problema. O primeiro passo é anotar o problema para que possa começar a visualizar a solução. Digamos que ele seja o seguinte: -4x + 7 = 15.
2 - Decida se usará soma ou subtração para isolar a variável. O próximo passo é achar uma forma de deixar "-4x" de um lado e as constantes (números inteiros) do outro. Para isso, terá que usar a "aditiva inversa" achando o oposto de +7, que é -7. Subtraia 7 de ambos os lados da equação para que o "+7" do mesmo lado da variável seja cancelado. É só escrever "-7" abaixo do 7 de um lado e do 15 do outro, para que a equação continue balanceada.Lembre-se da regra de ouro da álgebra. O que você fizer a um lado da equação deverá ser feito do outro para manter o equilíbrio. É por isso que se subtrai 7 do 15 também. Precisamos tirar 7 apenas uma vez de cada lado, por isso é que ele não é subtraído de -4x também.
3 - Some ou subtraia a constante a ambos os lados da equação. Isso completará o processo de isolar a variável. Subtrair 7 de +7 do lado esquerdo da equação não deixará nenhum termo constante do lado esquerdo. Subtraindo o mesmo número de +15, você terá 8 do lado direito da equação. Assim, a nova equação será -4x = 8.
- -4x + 7 = 15 =
- -4x = 8
- Novamente, tudo o que for feito de um lado da equação deve ser feito do outro. É por isso que você verá ÷ -4 duas vezes.
5 - Resolva a variável. Para isso, divida o lado esquerdo da equação, -4x, por -4 para obter x. Divida o lado direito, 8, por -4 para obter -2. Portanto, x = -2. Você precisou de dois passos - subtração e divisão - para resolver essa equação.
MÉTODO 2
1 - Anote o problema. Este será: -2x - 3 = 4x - 15. Antes de prosseguir, veja se as duas variáveis são iguais. Nesse caso, "-2x" e "4x" têm a mesma variável, "x", por isso você pode prosseguir.
- 2- Mova as constantes para o lado direito da equação. Para isso, será necessário usar adição ou subtração para eliminar a constante do lado esquerdo. Ela é -3, então você terá que pegar seu oposto, +3, e somá-lo aos dois lados da equação.
- Fazer isso lhe dará (-2x -3) +3, ou -2x do lado esquerdo.
- Adicionar +3 ao lado direito da equação lhe dará (4x - 15) +3, ou 4x - 12.
- Dessa forma, (-2x -3) +3 = (4x -15) +3 = -2x = 4x -12
- A nova equação será -2x = 4x -12
-
3- Mova as variáveis para o lado esquerdo da equação. Para isso, você só terá que pegar o "oposto" de "4x", que é "-4x", e subtraí-lo de ambos os lados da equação. Do lado esquerdo, -2x - 4x = -6x, e do lado direito, (4x -12) -4x = -12, portanto a nova equação será -6x = -12.
- -2x - 4x = (4x - 12) - 4x = -6x = -12
- 4- Resolva a variável. Agora que simplificou a equação para -6x = -12, só precisa dividir ambos os lados por -6 para isolar a variável x, que agora está sendo multiplicada por -6. Do lado esquerdo da equação, -6x ÷ -6 = x, e do lado direito, -12 ÷ -6 = 2. Portanto, x = 2.
- -6x ÷ -6 = -12 ÷ -6
- x = 2